A rua é um espaço ambíguo, repleto de incertezas, de movimento e de paralisia, de encontro e de anonimato. Para os educadores sociais, trabalhar na rua significa sair do espaço protegido do projecto e entrar num outro mundo. Este é um espaço onde é construído um jeito de ser e de viver diferente de todos os outros.
Quando o educador social tenta encaixar-se nesse novo mundo, passa a ser um invasor, aquele que vai alterar o ritmo das coisas, que vai trazer questões que as crianças preferiam não ver, e muito menos enfrentar.
As limitações impostas aos educadores sociais de rua ocorrem devido aos problemas sociais, políticos, culturais e económicos que surgem devido à falta de políticas públicas eficientes referentes aos que vivem em situação de rua. Ao tentar reinserir socialmente estas crianças, o educador vai deparar-se com grandes dificuldades, tal como: famílias com os seus laços rompidos, escolas não adaptadas e capacitadas para acolher estas crianças e uma sociedade que não dá oportunidades de emprego, estágio e capacitação.
Meninos de rua são crianças a quem lhes negaram os seus sonhos, que viram os seus direitos serem rejeitados e que ficaram presos a um mundo de imediatismo, acostumando-se assim à violência, toxicodependência e prostituição. Deste modo, os educadores sociais de rua tem um papel muito valioso, mas não são a solução do problema, caso não tenho a ajuda de uma política de atenção a esta população.
